29 de set. de 2010

Dunha encravado

- Um mal que não faz o bem.

·         Pelo Doutor Alisando Rego Souto

Uma das maiores reclamações que recebo no meu consultório é a de que cobro muito caro. Outra, a qual me deixa sem a menor paciência com meus clientes é a de que os sacos das tidas pessoas é preenchido por uma espécie de criatura, que se esmera unicamente em cuidar e amolar as vidas alheias. Um tipo que é bem fácil de ser reconhecido. Mas, será isso mesmo? Afinal: você conhece o Dunha?
O Dunha é um sujeito que dá um trabalho danado de ruim. Ele não dá sossego, nem quando solicitado. Aliás, principalmente quando é solicitado. O Dunha, como uma criatura grotesca, encrava na carne e suga até os ossos. Chupa todo o sangue, crava suas unhas nas suas, não dá a menor chance para respirar. Se você pega uma cerveja, ele bebe no seu copo. Se acende um cigarro, para sua sorte, fuma pra você.
Sintomas comuns, além de inchaço e coceira nas partes baixas, são a total e completa depressão pós-visita. Estar na presença de um Dunha é ruim para o moral, é broxante. Sendo um otário em potencial, o Dunha também é bobo, feio, chato e cara de mamão. É o inimigo para todas as horas, que sempre ferra sua vida em detrimento desta. O Dunha é um porre, dá vexame e o caçamba. Ainda assim é uma pessoa cerumana.
O Dunha normalmente sofre com um terrível trauma familiar. Sua mãe na maioria de todas as vezes é uma prostituta. A gestação de um Dunha costuma ser em chocadeiras, fato que leva ao fritamento cerebral do pretenso idiota. Os Dunhas costumam apresentar um alto nível de inteligência retardada, e costumam incluir dejetos inconsumíveis na alimentação. O Dunha é um problemático. Que te dá problemas.
Todos esses defeitos levar a acreditar que o Dunha é um completo insensível. Pior, se ele for muito sensível pode se apaixonar por você. E nesses casos as consequencias vão ser as mais graves possíveis: namoro e casamento. Pior ainda é se o Dunha for sua sogra, cunhado ou vizinho. Ou se for seu amigo! De qualquer forma, todo cuidado é pouco. Pois, pelo jeito que esse mal pega, o próximo Dunha pode ser você... 

22 de set. de 2010

Curriculum Votae Nêo

Nome: Banzé Ciará da Silva, o Narrador
Idade: Morto
Sexo: Sempre
Estado Civil: Razoável

·         Escolaridade

Nunca estodeu
Costuma ser cabuloso
Conhece várias línguas, mas só de muié
Tem NBA por causa do gato
É PhD em PQP
Ouve forró
Comprou um radinho de pilha novo

·         Experiência Profissional

Panfleteiro profissional – especialista em muquiação
Sorveteiro amador – ama sorvete e aí comeu todos
Estagiário – precisa dizer mais?
Poeteiro – pós-graduado como Enganador
Pagador de micos – inclusive este aqui

·         Outras Atividades

Imitar o Silvio Santos
Coçar o meu saco
Tirar cera do ouvido e sujeira do umbigo
Planejar a conquista mundial
Pedir trampo, lógico...

·         Objetivos

Grana e mulheres, dã!!!

18 de set. de 2010

Histórias de Caveira (3)

·         Caia quem caia

Era uma vez uma caveira que enchia a caveira. Curiosamente, essa caveira era de tendência bondosa. Ela tinha uma pizzaria perto do ossuário, que vendia para todo o bairro, redondezas e quadradezas, cidades vizinhas, e até gente viva A pizzaria ia mal das pernas, não pela clientela, mas por causa do vício do bem intencionado dono. O dinheiro até que entrava, era legal, porém se a caveira visse misturava no absinto.

O cardápio era variado. Compravam mais a de gato batuqueiro e a de barata frita, embora a de lagartixa também saísse à vera, tal como a de aranha com escorpião. Não ia muito bem a de musgo, nem a de erva daninha e a de joio, mas ele colocava na promoção com a de sangue seco e a de pó de sepultura, e então vendia. Mas a cana era mais forte. O alvejante com perfume barato também.

A pizzaria chegou perto da concordata. Não sobrou outra alternativa, a mais drástica, que fazia a caveira senão correr risco de morte, correr risco de vida. O pé de manguaça teve de vender todos os seus ossos para cachorro roer. Arrendou até o dedo mindinho do modo à sobrar tão somente o velho crânio da caveira para contar a história.

O restaurante terminou salvo, e seu dono, sem mãos para levar o copo até a boca, não bebe mais. O final da situação foi a melhora, e a caveira empreendedora encheu o rabo que não tinha mais de dinheiro.

E qual não foi a surpresa quando apareceu um carregamento de duzentos vira-latas mortos por intoxicação alimentar?

A morte é assim: a vida como ela é.

15 de set. de 2010

Histórias de Caveira (2)

·         Toco cru pegando fogo

Era uma vez uma caveira, e essa era realmente malvada. Era uma caveira carne de pescoço, que assustava mãe de família voltando à pé do trabalho depois de cinco conduções. Sangue ruim mesmo. Aprontava feito criança no dia das bruxas, bruxa no dia das crianças, e deputado em dia comum. Sacana pra danar.

Dava como desculpa mais rotineira sua morte prematura numa orgia de carnaval fora de época. Dizia também que sofria preconceito de cor por ter tonalidade mais amarela. Mas o xaveco mais cabeludo, após assustar uma senhora careca, era a de ter medo de fantasmas e outras aparições. Logo ela, uma caveira da pá virada! Costumava sair com os vampiros para sacanear nas ruas. Nem tinha medo de viver. Assim, levava a morte.

Certo dia, a maré virou. A dita maldita atrasou a 31ª parcela do túmulo, foi desabafar no bar, e se envolveu numa violentíssima briga rotineira. O bicho pegou, voou porrada pra tudo que é lado. A vagabunda terminou lambendo a boca de um cachorro vivo.

Mau animal, a criatura, como seria de se esperar, abocanhou os calcanhares da safada, levando uma das suas canelas para corroer. O desespero tomou conta da caveira, que fronte tal injúria miou de pura agonia e dor. Se deu mal, a esperta. Mas por pouco tempo.

Hoje, vive de esmolas junto à uma capela abandonada de um mausoléu. Dobrou seus ganhos. Se faz de cega, de muda, conta que perdeu sua perna gravando um filme com Chuck Norris. Não era o que queria, mas já dava para o gasto. Afinal, isso é o que se pode esperar de um legitimo cento e setenta e um.

12 de set. de 2010

Histórias de Caveira

·         O último matou Caifás

Era uma vez uma caveira caveiruda, bem caveiruda mesmo, daquelas da pá virada. Essa caveira vivia de aluguel no esquife de outra caveira, e embora estivesse em dia com o pagamento e com o carnê do Baú, sempre ouvia reclamações. A caveira tinha mania de mexer a cadeira, fosse balangando na bagaceira do forró, ou curtindo um heavy metal puro osso. Era uma caveira maloqueira mesmo. Diziam até que era macumbeira.

Essa caveira era mesmo muito animada. Não que as outras caveiras não apreciassem uma boa farra, mas num local de descanso como se retratavam os campos santos, a moradia era sagrada, a festa tinha hora, e não podia chamar a atenção.
A sociedade caveirística sempre foi deveras discreta em seus métodos sútis. Caveiras, óbviamente, estão mortas: mexer o esqueleto é trabalhoso e cansativo. Se uma caveira velha desejasse bebemorações mais efusivas, corria o sério e delicado risco de viver. Deve-se ter respeito aos mortos; um morto que não respeita os mortos é no mínimo presunçoso, para não dizer inconsequente.

Levada ao Supremo Tribunal Funeral, defendeu-se como pôde. Isolada, aloprada pela maioria das almas de corpo não-presente, não temeu o pau e foi pra luta. Mas ninguém lhe compreendeu. Acabou declarada culpada por crime de falta de decoro, cuecão de couro, e coro histérico maluco pela madrugada. Todos concordaram, pois a unanimidade é burra, e aquele júri não batia bem.

A pena? Nova vida.

Mas, antes de reviver, a caveira profetizou, já meio saudosa, de que não se esqueceria da puta falta de sacanagem que ocorreu ali. E cumpriu, já que na sua reencarnação não deu outra: virou Alcoviteira de Eventos.

10 de set. de 2010

A Rolha de São Paulo Especial

·         O orgulho de ser brasileiro.

O brasileiro é um povo muito orgulhoso. Arrogante e prepotente também. Confira a pesquisa do Instituto Sacarolha sobre o nível de auto-achismo, fé cega e excesso de confiança da nossa população.

1.      Você tem orgulho de ser brasileiro?

Sim – 33%
Nâo – 33%
Brancos e nulos – 33%
Não sabem ou não opinaram – 1%
Preferiam ser estrangeiros – 99,9%
É da Globo? - 100%

2.      Você acredita no futuro do Brasil?

Sim – 0%
Não – 0%
Só na época da Copa – 90%
Só quando o Brasil ganha a Copa – 9,9%
0,1 por cento – 0,1%
É da Globo? – 100%

3.      Gosta de sacanear a Argentina?

Sim – 100%

4.      O que você mais gosta no Brasil?

Mulheres – 50%
Belezas Naturais – 12%
Homens – 11%
Dinheiro dos Homens – 22%
Carnaval – 2%
Futebol – 2%
Política – 1%
Impunidade – 100%

5.      Se mudaria do país?

Sim – 100%
Menos para a Argentina – 100%

6.      Pentacampeâo!!!!!

Sim!!!!! - 100%

7.      Pediria para sair?

Sim – 50%
Não – 50%
É da Globo? – 99,9%
Se arrependeu de votar no Collor – 100%

8.      Considera o país corrupto?

Sim – 100%
Não sabem e não opinaram – 100%

9.      É feliz aqui?

Não – 100%
Seria se aparecesse na Globo – 100%

10.  Agora essa po##a vai?

Sim – 100%

7 de set. de 2010

XÓPEM DO SÊO JUBA

·         A MÁXIMA ALEGRIA AO COMPRAR!!!
                          
O proparoxítono, estratosférico e maravilindo Xópem do Sêo Juba voltou!!!
E está melhor!!!

·         400 andares;
·         Dez porrilhões de lojas;
·         Trocentos mil restaurantes;
·         Estacionamento com cinco zilhões de vagas – incluindo para mulas, jegues e maridos;
·         Dez parques de diversões;
·         Cinco circos – sem contar o próprio Xópem;
·         Um hospício;
·         Um terreiro de macumba;
·         Terminal de buso, táxi, metrô, trem, lotação, rodoviária, aeroporto, moto-táxi, mobylete, foguete, disco voador, jangada, transatlântico, chinêszinho e pau-de-arara;
·         Bancos, farmácias, academias, lojas de um reau, Casas Baía, Casas da Mãe Joana, Casas de massagem, Casas do Cascalho...

É impossível descrever tudo que há de fodástico naquele incrível pardieiro... digo, Xópem! Prepare djá sua carteira e venha para o Xópem do Sêo Juba, a mais maior de boa magavilha del mondo!!!

·         Rua dos Bobos, 0, Ponte que Partiu.
·         Mais informações: Não é da sua conta!!!

3 de set. de 2010

Billie Jeans

That's my calça!!!


Desde os tempos mais primórdios, quando o Michael Jackson era
neguinho, a humanidade vem fazendo e inventando moda por não ter o quê
fazer. Uma frescura atrás da outra é lançada para que a indústria costureira
continue faturando milhões dos seres humanos que evitam andar pelados. O
alvo predileto dos oligarcas são as mulheres, potenciais compradoras de
quinquilharias e quebradoras de cartões de crédito. No século passado, a
globalização forçou ao público assistir as novelas e o Jornal Nacional, pois
o sinal das outras emissoras era muito ruim. A partir daí, o que o canal 5
falava era lei.
Em todos os países, os norte-americanos dominavam as paradas de
sucesso com as suas paradas. Quaisquer enlatados importados figuravam
entre as mais pedidas. Ainda assim exceções eram possíveis, embora raras.
Surgiu o fenômeno Maicon Diéquisson.
Com suas calças vermelhas (vejam bem: eu disse calças, e não
calcinhas), o cantor ficou mais famoso que o Papai Noel. E haja saco!
Onipresente e omipresente em tudo quanto é canto, o Moonwalker pirou,
terminando em parar no mundo da Lua. Pelo fato de ter dinheiro, em vez de
ir para um hospício, virou referencial de beleza e loucura para os pobres,
que consideram até hoje o doidão como ídolo-mor de uma geração.
Se você é fã irracional e incondicional de Michael Jackson, problema
seu. O importante é comprar as proparoxítonas, estratosfericas, foderosas e
maravilindas Calças Billie Jeans, fabricadas pelas hábeis mãos bolivianas,
as melhores roupas feitas no mundo desde a expulsão do Jardim do Éden, o
melhor jeito de se mostrar estilo e avareza na mesma caixa d'água!!!


COMPRE DJÁ BILLIE JEANS!!!
THAT'S SUA CALÇA!!!